Marcos coelho esclarece dúvidas sobre proibição de cabeceios até 12 anos
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Após reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, no último dia 17 de fevereiro, de que a Confederação Brasileira de Futebol vai recomendar aos clubes e escolas de futebol que as crianças até 12 anos não treinem cabeceios na bola, muitas dúvidas surgiram entre os profissionais de Educação Física que ministram aulas para essa faixa etária.
A recomendação da CBF segue uma medida que já acontece nos Estados Unidos e Escócia, “que proibiram esse tipo de trabalho na base, e tem por objetivo prevenir problemas cognitivos, como distúrbio de atenção, memória de fixação e memória verbal” segundo o Estadão.
O Head Coach da Ronaldo Academy e ex-atleta profissional de futebol, Marcos Coelho, se pronunciou sobre o assunto para esclarecer dúvidas tanto de profissionais quanto dos próprios pais e alunos.
Segue abaixo a íntegra do esclarecimento do Head Coach:
“A metodologia Be Phenomenal, aplicada em todas as unidades Ronaldo Academy do Brasil e exterior, já se preocupa com a saúde e integridade física dos alunos, principalmente das crianças até 12 anos. Antes mesmo do aspecto técnico, focamos primeiro em desenvolver os aspectos psicossociais e o desenvolvimento motor, principalmente na primeira etapa da metodologia [chamada de etapa fundamental], quando trabalhamos muito o equilíbrio, locomoção e manipulação, para só depois focarmos nos fundamentos técnicos.
Além disso, ao desenvolver o fundamento cabeceio, principalmente com as crianças das categorias do Sub 5 e Sub 7, utilizamos materiais adaptados, como bexigas, bolas de plástico e bolas de borracha. Ou seja, entendemos ser importante ensinar o cabeceio, mas com materiais adaptados.
Para essa faixa etária, é muito mais importante aula com brincadeiras e atividades lúdicas do que o aspecto técnico propriamente dito. As crianças têm que primeiro brincar, se divertir, aprender a respeitar os colegas, os professores e os adversários.
Como disse o médico e cirurgião da CBF, não há comprovação científica de que o impacto da bola de futebol na cabeça da criança cause algum dano, mas precisamos estar atentos e não fazer treinos exaustivos. Já as unidades da Ronaldo Academy nos Estados Unidos seguem as normas do país e não trabalham o fundamento cabeceio com as crianças.
Entendo, também, que a CBF deveria rever competições de alto rendimento das categorias Sub 11 e Sub 13. Nessa fase, precisamos nos preocupar com a formação do cidadão, as crianças devem ir à escola e aprender, não podem ter rotinas de adultos e cargas altas de treinos físicos. Há clubes que querem criar competições para a categoria Sub 9. Isso não é recomendado: as crianças têm que jogar por prazer e desenvolver todo repertório motor, não se preocupar com competição de alto rendimento.
Enfim, a metodologia Be Phenomenal assegura todos esses aspectos, de maneira assertiva”.
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